CONTAMINACION EMISION DE MERCURIO

Pelo jeito, em alguns estados dos EUA, as empresas são obrigadas a fazer relatórios de emissão atmosférica e não podem mentir....
 

Cimenteira Lafarge – segunda fonte principal de emissão de mercúrio

Estudo mostra que a Lafarge é a segunda maior fonte de emissões do poluente, atrás apenas da maior usina de carvão

Brian Nearing, 6/01/2009

RAVENA – A fábrica de cimento Lafarge é a segunda maior fonte de poluição por mercúrio, atrás apenas da maior usina termoelétrica de carvão do estado, de acordo com um estudo da companhia entregue na segunda-feira ao Departamento Estadual de Conservação Ambiental (DEC).

O estudo também demonstrou que mais da metade dos estimados 66,22 quilos de mercúrio por ano emitidos pela fábrica vêm da pedra calcária local usada para produzir cimento.

O relatório sugere que boa parte do mercúrio restante emitido vem do carvão usado para produzir energia para os dois fornos de cimento de alta-temperatura da Lafarge, ou das cinzas volantes de carvão, um produto residual das usinas elétricas de carvão que é  subseqüentemente usado no cimento como um ingrediente.

As emissões de mercúrio, que foram medidas a partir de quatro sessões de teste feitos no verão e outono, alcançaram menos da metade dos 181 quilos anuais que a Lafarge North America relatou à agência ambiental norte-americana (EPA) de 2004 a 2006.  Esse número foi equivalente às emissões de quatro das maiores usinas termolétricas a carvão do estado combinadas. 

Além disso, as emissões da fábrica de cimento chegaram em segundo lugar no estado, bem além dos 75,3 quilos emitidos pela usina termoelétrica Huntley fora de Buffalo, de acordo com os dados da EPA.

O mercúrio causa problemas de desenvolvimento em fetos e crianças, entrando no corpo principalmente pelo consumo de peixes contaminados.  Ele entra na cadeia alimentar através da água, onde pode se transformar em metilmercúrio tóxico.

O estado vem emitindo boletins de saúde sobre o consumo de pescados no Rio Hudson, Catskills e Adirondacks. A águia americana de Catskills possui elevados níveis de mercúrio, demonstrado por um estudo recente.

A investigação da Lafarge se focalizou nas emissões de suas chaminés de 107 metros, assim como de matérias primas usadas na fábrica, incluindo cinzas de carvão, pedra calcária e bauxita.  A Lafarge contratou a Environmental Quality Management Inc. de Durham, N.C., para conduzir os testes.

O DEC está negociando com a Lafarge a renovação de sua licença ambiental de poluição do ar, que venceu em 2006, mas que permanece em vigor até que uma nova licença seja emitida. O porta-voz do DEC, Rick Georgeson, disse que o DEC sugeriu como parte das negociações da licença que ela seja revisada. 

“O estudo mostra que a fábrica em Ravena opera de um modo seguro para a saúde e o meio ambiente, em conformidade com os regulamentos governamentais”, disse John Reagan, gerente ambiental da fábrica.  "A Lafarge continuará a trabalhar com o DEC na sua proposta de modernização da fábrica, que deverá reduzir significativamente as emissões de mercúrio."

Dois especialistas que examinaram o relatório ficaram divididos sobre se os níveis de mercúrio significam um risco para a saúde pública.

"Este relatório sugere que as emissões de mercúrio são relativamente pequenas nesta fábrica, e as preocupações sobre os impactos indesejáveis da poluição por mercúrio desta fábrica não são seguras”, disse Chris Walcek, um pesquisador sênior associado do Centro de Ciências Atmosféricas da Universidade de Albany.

Walcek também observou que o relatório indicou que mais de 98% do mercúrio emitido é mercúrio elementar, que não é diretamente perigoso para a saúde humana, mas ele pode-se converter em metilmercúrio tóxico quando alcançar a água.

Já David Carpenter, diretor do Instituto de Saúde e Meio Ambiente da Universidade de Albany, disse que o mercúrio elementar é uma preocupação para a saúde, e os níveis da Lafarge devem ser reduzidos.

"Este é o tipo de mercúrio mais perigoso.  Ele pode viajar a longas distâncias e se converter em metilmercúrio”, disse.

"Não vi nada nesse relatório que contradiga que a Lafarge emite um monte de mercúrio. "E enquanto eles dizem que muito desse mercúrio vem da pedra calcária, a quantidade nas cinzas voláteis não é insignificante nem no carvão."

Keri Powell, advogada da ONG ambientalista Earthjustice, de Washington, disse que a Lafarge deve ser obrigada a baixar suas emissões de mercúrio.

"Essa é uma quantidade muito grande de mercúrio," disse.

"É amplamente conhecido que a quantidade de mercúrio em cinzas volantes varia amplamente.  Por melhor que faça uma usina termoelétrica para controlar o mercúrio, boa parte vai embora pelo vento nas cinzas volantes."

Uma cópia do relatório de mercúrio da Lafarge pode ser acessada em http://blogs.timesunion.com/green/


De Zuleica.br

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